Cultura

O livro “Marianne Peretti – A ousadia da Invenção”, de Tactiana Braga, foi indicado no último final de semana como finalista do Prêmio Jabuti, o maior tróféu da literatura do País, conferido peal Câmara Brasileira do Livro. A obra – que retrata em edição de luxo a vida e a obra da artista franco-pernambucana que tem 88 anos e mora e trabalha em Olinda – foi indicada na categoria Arquitetura, Urbanismo, Artes e Fotografia. A cerimônia de entrega dos prêmios acontece no dia 24 de novembro, mas os vencedores serão divulgados no próximo dia 11.

Aliás, Marianne está com tudo. Ganhou palestra sobre sua arte nas Ilhas Seichelles, no início do mês, proferida por Yves Lo Pinto, que foi cônsul da França no Recife. E tem mais: sua obra “Alumbramento”, restaurada para exposição no início do ano, no Museu Nacional de Brasília, vai voltar a ser destaque no acervo artístico do Senado Federal. Será instalada, nos próximos dias, no prestigiado Salão Branco daquela casa legislativa.

Marianne Peretti é uma artista plástica francesa nascida em Paris em 1927, filha única de mãe francesa e pai pernambucano. Interessou-se pela arte aos 12 anos e conta que saía sozinha pelas ruas de Paris para visitar as galerias. Olhava quadros, esculturas e se encantava com o que via. Veio para o Brasil em 1953. No início, morou em São Paulo, indo depois para o Rio de Janeiro e, em seguida, para Olinda (PE), onde reside e mantém um ateliê até hoje. Em São Paulo, teve uma filha, Isabela, que mora em Paris.

Há quase 20 anos em Pernambuco, a artista é totalmente adaptada ao estilo de vida dos brasileiros. “Eu sou cinquenta por cento francesa, mas foi no Brasil que criei raízes”, diz. Ela considera a cidade onde vive uma fonte de inspiração para suas obras: “Olinda é uma cidade muito charmosa e eu gosto disso”. Aos 86 anos, Marianne mantém uma rotina criativa. Acorda às seis da manhã, toma café e, nas primeiras horas do dia, dedica-se às obras e aos projetos. No período vespertino, procura ficar mais livre para pensar em outras coisas.