Porcentagem chega a 94% das entrevistadas. Levantamento mostrou ainda que 55% das entrevistadas concordam que “a política é o melhor caminho para as mulheres sofrerem menos preconceito”.
Intitulada ‘Mulheres na Política’, pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva revela que 94% das mulheres afirmam não se verem representadas pelos políticos em exercício. O estudo, divulgado nesta sexta-feira (28), contou com a participação de 2.015 pessoas em 35 cidades brasileiras durante a primeira semana de setembro.
De acordo com a pesquisa, as mulheres representam 52% dos eleitores, contra 48% dos homens – o que significa que 77 milhões de mulheres poderão escolher seus representantes nestas eleições. São 44% da População Economicamente Ativa (PEA), mas apenas 10% do parlamento federal. Nas eleições de 2014, dos 513 deputados federais eleitos, 51 eram mulheres, e para o senado foram eleitas somente 5 pessoas do sexo feminino. Informações compiladas pela Inter-Parliamentary Union, uma associação dos legislativos nacionais de todo o mundo, diz que o Brasil ocupa o 154º lugar entre 193 nações de um ranking sobre representação de mulheres na política. Nele, estamos a frente apenas de alguns países árabes, do Oriente Médio e de ilhas polinésias.
Falando em força eleitoral, apesar de não se sentirem representadas, as mulheres ainda acreditam no poder do voto. A pesquisa aponta que do total de brasileiras ouvidas pelo Instituto, 76% concordam que seu voto pode fazer a diferença no país e 55% concordam que a política é o melhor caminho para as mulheres sofrerem menos preconceito.
O relatório aponta ainda que nos últimos anos as mulheres ganharam espaço tanto no mercado de trabalho quanto na economia. Em 20 anos, mais de 8,4 milhões de brasileiras entraram no mercado de trabalho formal e elas movimentam 1,8 trilhão de reais por ano. No entanto, quando o assunto é remuneração salarial, elas ainda estão em desvantagem. O salário das mulheres representa 76% do valor que os homens recebem.
O levantamento mostra ainda que 90% das mulheres discordam que “políticos pensam nas necessidades da população para tomar suas decisões”, enquanto 93% discorda que os políticos atuais procuram ouvir os brasileiros para tomar suas decisões.