Saúde

Atenção meninas e mulheres! Sabe aquela forte dor que algumas de nós temos ao menstruar, aquelas cólicas que às vezes não nos deixam sequer sair da cama e em alguns casos temos que recorrer até a uma unidade de saúde para tomar medicamentos? Pois bem, essas dores intensas não são normais. Alguns casos podem estar associados a uma doença chamada endometriose, que afeta cerca de 15% das mulheres brasileiras e é uma das principais causas de infertilidade no país (40% dos casos diagnosticados).

Classificada como uma afecção inflamatória provocada por células do endométrio – camada que reveste internamente a cavidade uterina e é renovado mensalmente por meio da descamação durante o fluxo menstrual –, a doença acontece quando, em vez de serem expelidas, as células da camada migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar. A endometriose pode atacar também os ovários, as tubas e outros órgãos como o intestino e a bexiga.

A doença não tem cura, mas pode ser tratada, garantindo melhor qualidade de vida e, consequentemente, a possibilidade de procriação. Um aspecto relevante é o diagnóstico precoce da endometriose. Por se tratar de sintomas parecidos com cólicas menstruais, muitas mulheres não se atentam ao fato de que pode ser algo mais grave. Dados de uma pesquisa feita no Brasil pela Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva com cinco mil mulheres maiores de 18 anos revelou que 55% não sabem o que é a doença.

| Tratamento

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a venda no mercado brasileiro do medicamento Allurene, após 20 anos sem nenhuma novidade na área. O remédio é uma fabricação da Bayer HealthCare Pharmaceuticals, indústria farmacêutica alemã.

Os resultados obtidos pela medicação são similares aos do tratamento até então considerado padrão, com injeções de GnRH. Uma das diferenças está em seu uso por via oral e demorado. A nova droga é um comprimido com menor índice de efeitos colaterais. Seu custo chega a aproximadamente R$ 180 com 28 pílulas. Pode ser administrada por um período prolongado, diferentemente das injeções que não podem ter uso contínuo por mais de seis meses porque tiram o cálcio dos ossos, levando à perda óssea (osteoporose).

Para se chegar à fórmula vendida nas farmácias brasileiras, a Bayer fez ensaios clínicos durante 15 meses. Os estudos comprovaram que o Allurene é capaz de proporcionar alívio às dores – crônica, menstrual e durante o ato sexual – em mulheres com endometriose. O remédio age como um repositor hormonal que inibe a produção do estrógeno no endométrio. Algumas reações adversas listadas na bula do medicamento são: dores de cabeça, desconforto nos seios e mudanças de humor repentinas. Mulheres com tumor de mama e depressão severa não devem usá-lo.

| Fique atenta!

Sintomas mais comuns da endometriose:

Cólicas menstruais intensas e dor durante a menstruação;
Dor pré-menstrual;
Dor durante as relações sexuais;
Dor difusa ou crônica na região pélvica.
Outros sintomas relacionados:

Fadiga crônica e exaustão;
Sangramento menstrual intenso ou irregular;
Alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação;
Dificuldade para engravidar e infertilidade.