Jô Moraes começou na militância política ainda na década de 1960, quando era estudante secundarista. Sua infância coincidiu com os primeiros anos do regime autoritário no Brasil, cujas medidas atingiram profundamente a atividade econômica da região. Em 1969, como presidenta do Diretório Acadêmico da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba, foi cassada pelo Decreto 477/1969, que proibia lideranças estudantis de continuarem os estudos acadêmicos. Mas não desistiu. Foi presa duas vezes. A primeira vez, durante o Congresso da UNE, em Ibiúna (SP), onde se reuniram 800 estudantes de todo o país na clandestinidade. Depois, numa panfletagem que fazia na portaria de uma fábrica em Recife denunciando o regime autoritário que estava em vigência. Precisou se esconder: “Por dez anos vivi na clandestinidade em meu próprio país, com vários nomes e em vários estados. Perseguida, saí da Paraíba, passando por Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais”. Daqueles tempos, Jô carrega a vontade de fazer valer a verdadeira democracia, a liberdade individual e coletiva. “Com isso não se negocia”, analisa.
Em 1972, mudou-se para Belo Horizonte, onde vive até hoje. Depois da anistia, começou a militar em prol das mulheres e construir uma sólida carreira política. Foi coordenadora da Comissão Pró-Federação de Mulheres de Minas Gerais, presidenta fundadora do Movimento Popular da Mulher de Belo Horizonte, coordenadora executiva do Conselho Estadual da Mulher e primeira presidenta da União Brasileira de Mulheres. Em 1996, foi eleita vereadora de Belo Horizonte pelo PcdoB, sendo reeleita em 2000. Durante esse período, atuou nas Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal. Em 2002, chegou ao posto de deputada estadual de Minas Gerais, integrou a Comissão de Administração Pública e presidiu a Comissão para Assuntos do Mercosul. Atualmente, exerce o segundo mandato como deputada federal e é coordenadora da Bancada Feminina na Câmara dos Deputados.
Jô Moraes conta que começou a militar em favor das mulheres ainda nos tempos da ditadura. “Não só sentia como vivia os problemas, as dificuldades das mulheres, em especial, das chefes de família, para criar filhos e manter o lar”. Para ela, a participação feminina na política é de extrema importância para que haja, de fato, democracia. “É capenga a sociedade que é dirigida por apenas uma parcela de seus integrantes. As mulheres hoje não são uma maioria passiva. São trabalhadoras, executivas, empresárias, doutoras. E mais do que isso: elas são, em geral, as que fazem as compras para a casa, as que dão um jeito de equilibrar as contas, muitas vezes, às custas de enormes sacrifícios pessoais”, diz.
A deputada acredita que as cotas para ampliar a inserção de mulheres na política não podem ser aplicadas isoladamente, mas correspondem a uma necessidade atual: incentivar as mulheres a alcançarem as mais variadas instâncias do poder. Considera que “as características femininas são fundamentais na construção de uma sociedade mais igualitária, mais justa e, portanto, mais democrática”.
| Violência
Jô Moraes presidiu a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, que entregou um relatório à presidenta Dilma Roussef em agosto. No texto final, redigido após um ano de investigação, há 73 recomendações e 13 projetos de lei para melhorar o atendimento à mulher que sofre algum tipo de violência. De acordo com o documento, as políticas públicas de enfrentamento à violência ainda não são suficientes para frear as agressões.
Para a deputada, não é mais possível conviver com tanta brutalidade: “Furar os olhos, matar a marteladas, incendiar a mulher porque ela não quer mais viver com o marido ou namorado são crimes que qualquer pessoa rejeita e abomina”. As propostas da CPMI tiveram ótima aceitação na Câmara, no Senado, na Presidência da República e no Judiciário, de acordo com Jô. “A Presidente Dilma Rousseff foi ao Congresso receber de nossas mãos o relatório final da CPMI. Esta é uma demonstração cabal da importância do trabalho do colegiado e de suas propostas finais”, afirma. Segundo a parlamentar, um dos projetos mais importantes é o que caracteriza o feminicídio como crime qualificado sem direito a fiança.
| Justiça social
Jô Moraes é atuante ainda em outras frentes que buscam igualdade social, melhorias na educação e questões ligadas à saúde, e considera que, apesar de alguns avanços, ainda é preciso muito empenho dos governantes para que o Brasil alcance um nível de justiça social satisfatório. “Há enormes desafios a serem vencidos na melhoria dos serviços públicos, particularmente no que se refere à mobilidade urbana, na promoção da educação de qualidade para todos, na universalização do acesso à saúde, a salários e aposentadorias dignas. O mais importante é criar na sociedade a consciência de que é necessário construir e apoiar um projeto nacional de desenvolvimento que eleve nosso país a um novo patamar”, comenta.
A deputada considera que os protestos ocorridos no Brasil em junho de 2013 foram importantes para mostrar aos legisladores que a sociedade está atenta e indignada com as situações vivenciadas no cotidiano. Ela cita como exemplo o estopim das manifestações: o transporte público. “Os ônibus com tarifas caras, horários insatisfatórios e estrutura precária, os congestionamentos intermináveis fruto da falta do transporte coletivo, as pessoas perderam seu direito de ir e vir com a precariedade dos serviços de mobilidade urbana.” Segundo ela, o importante agora é “organizar as demandas para que as respostas sejam eficazes”.
| Vida pessoal
Jô Moraes nasceu em Cabedelo (PB), cidade portuária localizada na região metropolitana de João Pessoa. Atualmente, devido ao mandato de deputada federal, vive entre as cidades de Belo Horizonte e Brasília e divide seu tempo entre a carreira política, a família e os cuidados com a casa. Mãe de dois filhos, Ana e Luís, não descuida da família e da casa. “Nós usamos os equipamentos e os meios para a comunicação diária. A grande dificuldade é reservar tempo e disposição para as compras mensais que são uma jornada à parte na vida das mulheres. Gasta-se muita energia para pensar a mistura e a verdura para cada dia que agrade a todos”, conclui.
http://www.iomoio.net
http://www.emp3z.co.uk
Hello there, I found your website via Google even as searching for a comparable matter, your web site came up, it seems to be good. I have bookmarked it in my google bookmarks.
http://www.iomoio.co.uk/bonus.php
http://www.iomoio.co.uk/bonus.php