Por Márcia Denise
Andréa Pachá, juíza titular da 4ª Vara de Órfãos e Sucessões do Rio de Janeiro, por 15 anos acompanhou o relato emocionante e, muitas vezes, trágico dos casais nas audiências de uma vara de família em Petrópolis/RJ. As narrativas quase sempre dramáticas de histórias riquíssimas, densas, a envolveram de tal modo que ela resolveu compartilhar essa experiência. Antes de ser juíza, Andréa foi roteirista, dona de uma produtora teatral e de uma livraria, o que trouxe um olhar diferenciado para a magistratura. “Durante esse período não teve um dia em que eu saísse do fórum ou presidisse as audiências sem uma vontade enorme de ter uma câmera para filmar o que eu estava ouvindo. Eu achava aquilo muito rico dramaturgicamente”, revela.
Comovida e envolvida com o que presenciou ao longo dos anos, Andréa resolveu publicar alguns casos, em forma de crônicas, no Facebook. O crescente interesse dos amigos e dos amigos dos amigos, fez com que as histórias se espalhassem e o interesse aumentasse por mais relatos. Assim surgiu a ideia de publicar o livro: A vida não é justa. “Percebi um grande interesse e uma enorme identificação vindos dos amigos. Parece que de alguma forma, todos já enfrentaram ou enfrentarão os problemas decorrentes do fim do amor. As publicações foram se multiplicando e a transformação em livro foi um processo quase natural”, observa.
Composto por 36 crônicas que abordam o fim do amor, relacionamentos entra pais e filhos, poucas reconciliações e alguns casos mais inusitados, como divórcios por conta de traições virtuais, o livro tem vendido no Brasil inteiro e num ambiente muito mais amplo do que o imaginado pela autora. “Eu achava que fosse circular no ambiente jurídico, no meio acadêmico, com estudantes interessados no direito de família. Só que no fundo é ficção mesmo, não tem história com “juridiquês”, não tem nada de difícil compreensão e nenhuma escrita acadêmica. São histórias de desamparo contadas por uma juíza. Aquelas situações-limite, sem saída, em que só o que resta é administrar a dor, elaborar o luto e seguir em frente”, constata.
O livro, escrito de forma leve e dinâmica, conduz o leitor para um universo de relacionamentos em crise, no qual laços são desfeitos e amores são extintos. Segundo a autora, a experiência do fim do amor é vista como uma tragédia. “A sensação que as pessoas têm é de que será impossível passar por esse momento vivo. No entanto, a vida segue, as pessoas se apaixonam de novo, se relacionam outra vez e é uma repetição e, a pesar disso, é uma experiência única”, analisa.
Narrado de forma humana e com uma pitada de humor, Andréa compartilha suas impressões, como juíza e cidadã. Para os casais que estão em conflito, ela sugere: “Eles devem fortalecer sempre os valores de ética, de integridade, de lealdade, de afeto, porque são esses valores que sustentam qualquer relacionamento interpessoal, inclusive o conjugal”, aconselha.
Serviço:
Título: A vida não é justa
Autor: Andréa Pachá
Editora: Agir
Número de páginas: 190
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