Cultura

Grace: A Princesa de Mônaco retrata um período da vida da atriz norte-americana Grace Kelly, em que ela abandonou definitivamente a carreira para protagonizar o de princesa. Grace que naquele momento era uma estrela hollywoodiana, não apenas um rosto bonito, mas um talento disputado por grandes diretores, como Alfred Hitchcock e John Ford, uma das atrizes mais bem pagas e respeitadas da sétima arte, deixou tudo para trás para viver um conto de fadas e se tornar uma princesa. Em 1956, Grace se casou com o príncipe de Mônaco Rainier III, no que foi descrito como “o casamento do século”, e passou a viver um sonho dourado no principado de Mônaco.

Protagonizado por Nicole Kidman, a trama dirigida por Olivier Dahan gira em torno do impasse político entre Charles de Gaulle, presidente da França, e o príncipe de Mônaco, Rainier III, seu marido. O longa aborda o período de dezembro de 1961 e novembro de 1962 quando a princesa teve um importante papel na negociação entre os dois líderes. Durante o conflito, Grace há seis anos afastada das telas, foi convidada por Hitchcock para protagonizar “Marnie – Confissões de Uma Ladra”. Mas aos 33 anos, mãe e já soberana de Mônaco, ela não voltou a atuar. Ao invés disso, usou todo seu prestígio nos bastidores para evitar que o confronto entre os dois países fosse ainda maior. O príncipe venceu a disputa.

Com estreia prevista no Brasil para o dia 22 de maio, o filme será exibido pela primeira vez na abertura da 67ª edição do Festival de Cannes, em 14 de maio. Para os organizadores, a escolha é um tributo à carreira de Grace Kelly e à sua relação com Cannes. O envolvimento da princesa com o festival prolongou-se até a sua morte em 1982. Sua última participação foi em 1980 quando da homenagem a Hitchcock.

DE DIVA A PRINCESA

Nascida na Filadélfia, nos Estados Unidos, em 1929, Grace Patrícia Kelly desde a infância sonhava em ser uma estrela, uma atriz de sucesso. Filha de uma abastada família católica americana de ascendência irlandesa, com a mãe aprendeu a controlar as emoções e com o pai a buscar a perfeição. Determinada, mesmo contra a vontade da família, no final dos anos 1940, foi estudar na Academia Americana de Artes Dramáticas em Nova York. Para pagar os estudos, começou uma carreira de modelo. Dona de uma beleza clássica e de um porte naturalmente elegante em pouco se tornou uma das modelos mais bem pagas de Nova York na época. Mas assim que se formou, abandonou a carreira.

Em 1949, Grace estreou sua primeira peça na Broadway. Sua atuação chamou a atenção do produtor de televisão Delbert Mann, que lhe deu a oportunidade de participar em programas de televisão. Em 1951, aos 22 anos, fez seu primeiro filme “Fourteen Hours”. Mas foi um ano depois ao participar do filme “High Noon” (1952), no qual fez par romântico com Gary Cooper, que se tornou popular. No ano seguinte, foi convidada pelo diretor John Ford para atuar m “Mogambo”, filme que lhe valeu um Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante. Um ano depois ganhou o papel de protagonista no clássico suspense “Disque M para Matar”, de Alfred Hitchcok. Ainda em 1954, estrelou outro clássico do diretor: “Janela Indiscreta”. No mesmo ano protagonizou o filme de George Seaton, “Amar é sofrer”, que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz.

A carreira meteórica, de seis anos e 11 filmes, foi interrompida espontaneamente depois que ela conheceu o príncipe Rainier III, em 1955, durante sua primeira participação no Festival de Cannes. Um ano depois, em 1956, eles casaram e ela passou a ser a Princesa de Mônaco. Da união nasceram: Carolina (1957), Alberto II (1958) e Stéphanie (1965). O sonho dourado terminou em 14 de setembro de 1982, quando Grace morreu em um acidente de carro em Monte Carlo, aos 52 anos.

Considerada uma das atrizes mais bonitas e mais influentes de Hollywood, Grace Kelly, a atriz-princesa, após 30 anos da sua morte, ganha seu primeiro longa. Uma história fascinante, digna de um verdadeiro conto de fadas.