Qualquer detalhe a mais que se conte sobre o enredo de “Aguapés”, romance de Jhumpa Lahiri que está chegando às livrarias, e a experiência do leitor estará ameaçada. A graça do livro é descobrir, aos poucos, as reviravoltas na vida dos personagens – os fatos, os momentos, as decisões que os marcarão para sempre e que terão reflexo nas gerações futuras.
Pode-se, porém, dizer que a história se passa entre a claustrofóbica Calcutá, mais especificamente entre um bairro pobre com uma baixada que alaga depois da monção, e a paisagem costeira de Rhode Island, nos Estados Unidos, num período que se inicia nos anos 1940 e vai até os dias atuais.
“Aguapés” é um livro sobre o amor fraternal entre Subhash e Udayan, nascidos com 15 meses de diferença numa Índia independente, sendo um a extensão do outro e melhores amigos até a juventude. O afastamento começou quando eles escolheram faculdades diferentes e passaram a conviver com outras pessoas.
Em certo momento, Udayan, o caçula destemido, resolve se engajar no movimento naxalista após ouvir, horrorizado, as notícias da revolta dos camponeses de Naxalbari, uma aldeia do distrito de Darjeeling que vivia numa espécie de sistema feudal, e que culminou com o assassinato, pela polícia, de 11 trabalhadores (8 eram mulheres). Entre seus companheiros de luta – muitos morreriam vítimas da repressão – estavam simpatizantes de Mao, Che e Fidel.
Subhash, o mais tímido e apagadinho, até acompanhou o irmão no início de militância, mas resolveu que não viveria mais à sombra de Udayan e que faria, ao menos, uma coisa sozinho – deixou, então, a família e ingressou no doutorado fora do país, caminho de tantos jovens bem formados e sem perspectiva de emprego em seus países de origem – o caso dos dois garotos.
A escolha política de Udayan e suas consequências seriam sentidas e remoídas para sempre pelos pais, pelo irmão, por Gauri, com quem ele se casa contra a vontade da família, e pela filha que nunca conheceu.
O que se seguirá a isso será uma história familiar de abismos e falta de comunicação, de maternidade e paternidade, de violência física e emocional, de ciúmes, segredos, abandono, deslocamento e exílio em todos os seus sentidos.
Uma história de amor. “Aguapés” é o quarto livro da escritora que nasceu na Inglaterra, foi criada nos Estados Unidos a partir dos 2 anos e que tem raízes indianas – seus pais são nascidos lá. Há três anos ela vive em Roma, e virá para a Festa Literária Internacional de Paraty, no fim deste mês.
Ficha
“Aguapé”, de Jhumpa Lahiri, editora Biblioteca Azul, 440 páginas, R$ 44,90
Fonte: O Tempo Magazine
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