Ana Paula Laborinho, presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, em entrevista à revista Persona Mulher fala sobre a importância da língua materna para o desenvolvimento dos países lusófonos. Doutorada em Estudos Literários pela Universidade de Lisboa, ela que, desde a infância é fascinada pela língua portuguesa, vem divulgado a sua importância mundo afora. “Estar à frente do Camões, que possui representação em 72 países, é mais do que uma grande responsabilidade, é um projeto de vida. É preciso ter muita dedicação para presidir esta Casa. Hoje em dia, o Camões não está somente à frente da língua, mas também do desenvolvimento dos países de Língua Portuguesa”, ressalta.
Nesse sentido, Ana Paula explica que o Instituto trabalha com três grandes pilares. “No primeiro, trabalhamos em áreas que vão da justiça à defesa. Depois, temos um pilar social em termos de educação e saúde que é muito importante. Já o terceiro, mais recente e desafiante, é o pilar do desenvolvimento privado, que ajuda os países a desenvolverem o próprio setor privado”, pontua.
Segundo Laborinho, o Camões tem protocolos em 350 mil cidades e coordena cerca de 600 pessoas no mundo. “Apesar de termos uma estrutura relativamente pequena, temos um efeito multiplicador que é uma grande responsabilidade diante do interesse cada vez maior pela Língua Portuguesa. É um interesse que não passa apenas pela dimensão da comunicação, passa também por níveis de especialização como o setor jurídico, de negócios e saúde”.
Para ela, é fascinante acompanhar a projeção internacional da língua em todos os países lusófonos. “Ao contrário de outras políticas de línguas, nós, em relação ao português, temos uma política conjunta. Não é um país que determina o que se deve fazer em relação aos outros, não! Somos nós todos, porque a Língua Portuguesa não é propriedade de um país, é um patrimônio de cada um e de todos. Naturalmente, em termos de língua, todos os países têm algo a dizer, mas a capacidade de intervenção neste momento é maior quando pensamos em Portugal e Brasil, que está do outro lado do Atlântico com tanta força e sinergia”, afirma.
Falado por 244 milhões de pessoas em todo o mundo, o português é a sexta língua mais falada no Planeta, a quinta mais usada na Internet e a terceira nas redes sociais como Facebook e Twitter. A presidente do Instituto Camões vê esse crescente interesse como uma ferramenta de fortalecimento e crescimento econômico. “Nossa língua por muito tempo foi considerada um aspecto de fragilidade e hoje é considerada um aspecto de força, por estar presente em países em pleno desenvolvimento e estabilidade econômica. Isso hoje, no mundo em que vivemos que valoriza as redes, é muito importante, fortalece a política externa desses países.”
Outro viés importante no desenvolvimento dos países lusófonos apontado por Ana Paula são as questões de gênero. “Todos os projetos que fazemos em termos de cooperação para o desenvolvimento têm o enfoque transversal das questões de gênero. Nós sabemos muito bem a importância do empoderamento da mulher para o desenvolvimento da sociedade. Portanto, hoje em dia, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) está envolvida nesses preceitos”, reforça.
Desde que assumiu a presidência do Instituto Camões, em 2010, Ana Paula tem como missão a internacionalização da Língua Portuguesa. Apesar dos crescentes desafios, não considera o encargo difícil. “Não é muito difícil porque neste momento o português já está numa fase de expansão e de integração. Isso naturalmente tem muito a ver com o fato dos países de Língua Portuguesa estarem mais prósperos, numa trajetória de crescimento e de afirmação internacional.”
Fachada do Camões-Instituto da Cooperação e da Língua
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