Um retrato da sub-representação feminina na política brasileira.
Elas representam pouco mais da metade da população brasileira (51,5%). Mas tal proporção não se mantém no cenário político, onde o número de mulheres ainda é muito inferior ao dos homens. No pleito de 2018, houve um pequeno avanço rumo à equidade de gênero: cresceu o número de mulheres no legislativo e se manteve o número de mulheres eleitas no Senado.
A bancada feminina na Câmara cresceu em relação à legislatura passada, foi de 51 para 77 deputadas. Já no Senado, o quadro foi inverso: a bancada feminina caiu de 13 para 12 parlamentares. Dos 353 candidatos ao Senado nas eleições de 2018, 62 eram mulheres e, dessas, sete se elegeram. Em 20 estados, nenhuma mulher foi eleita e em três deles nem houve candidatas. Já nas assembleias legislativas, foram 161 mulheres eleitas deputadas estaduais, entre 1059 cadeiras. Em 2014, tinham sido 119.
O Congresso Nacional iniciou na última sexta-feira (1º/2) sua 56ª legislatura apresentando uma composição bastante heterogênea. Tanto o Senado Federal quanto a Câmara dos Deputados terão uma “cara” bem diferente daquela que começou em 2015, graças às altas taxas de renovação em ambas as Casas.
SENADORAS
As sete senadoras eleitas representam apenas 13% dos eleitos para o cargo. O número de eleitas é igual ao das eleições de 2010, a última em que dois terços do Senado foram renovados.
Entre as sete eleitas, duas ficaram em primeiro lugar na disputa eleitoral do estado ou distrito: a novata na política Juíza Selma Arruda (PSL), no Mato Grosso, e a ex-jogadora Leila do Vôlei (PSB), pelo Distrito Federal. Leila será a primeira senadora eleita no DF e se destaca por ter escolhido apenas mulheres para os cargos de suplentes. Chegam à Casa também as deputadas federais Mara Gabrilli (PSDB-SP), Daniella Ribeiro (PP-PB), Zenaide Maia (PHS-RN) e Eliziane Gama (PPS-MA).
A bancada também será composta pela estreante na política Soraya Thronicke (PSL-MS), eleita com 373.712 no Mato Grosso do Sul, e por Mailza Gomes (PP-AC), que assumirá como suplente a vaga de Gladson Cameli (PP), eleito para o cargo de governador do Acre. Todas as senadoras eleitas possuem nível superior e apenas duas nunca atuaram em cargos políticos.
Continuam na bancada as senadoras eleitas em 2014 Simone Tebet (MDB-MS), Maria do Carmo Alves (DEM-SE), Rose Freitas (Pode-ES) e Kátia Abreu (MDB-GO). Rose disputou o governo do seu estado, mas não foi eleita e ainda tem mais quatro anos de mandato — o mesmo ocorre com Kátia Abreu que perdeu a disputa para vice-presidência da República.
BANCADA FEMININA
Já na Câmara dos Deputados, as mulheres passam a ocupar 77 cadeiras, das 513. Elas somam agora 15% naquela Casa. A porcentagem é semelhante a atual no Senado, em que as mulheres representam apenas 16% das vagas ocupadas. A presença feminina também é menor nas indicações de suplência. Dos 54 senadores eleitos e dentre seus 108 suplentes escolhidos, as mulheres são cerca de 30% dos nomes listados para os cargos de primeiros e segundo suplentes.
De mulheres estreantes no mundo da política às veteranas, do PT ao PSL, confira algumas das mulheres de mais destaque que se elegeram deputadas estaduais e federais:
Luiza Erundina
A veterana da política foi eleita deputada federal por São Paulo, concorrendo pelo PSOL. Ela conquistou 176.883 votos. Nas redes sociais, já manifestou apoio a Fernando Haddad no segundo turno das eleições presidenciais.
Janaína Paschoal
A jurista e professora, que ganhou as manchetes durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (em uma das cenas mais famosas, ela gritou ao microfone com veemência enquanto agitava no ar uma bandeira do Brasil), foi eleita deputada estadual por São Paulo, concorrendo pelo PSL.
Não foi qualquer vitória: com 2.060.786 votos, ela se tornou a deputada mais votada da história brasileira.
Joice Hasselmann
A jornalista estreou na política com vitória. Com 1.078.666 votos, foi eleita deputada federal por São Paulo, representando o PSL. Só ficou atrás de Eduardo Bolsonaro na corrida paulista.
Joênia Wapixana
Candidata da Rede, Joênia se elegeu deputada federal por Roraima, conquistando 8.491 votos. É a primeira mulher indígena da história a ser eleita para um cargo na Câmara.
Gleisi Hoffmann
Com o nome de “Gleisi Lula” na urna, se elegeu deputada federal no Paraná pelo PT, com 212.513 votos. Atualmente, é senadora e presidente do PT.
Erica Malunguinho
Concorrente do PSOL, se elegeu deputada estadual por São Paulo com 55.223 votos. Negra, é a primeira mulher transgênero a ser eleita deputada.
Mônica Seixas (Bancada Ativista)
Representando o mandato coletivo do PSOL “Bancada Ativista”, a jornalista se elegeu deputada estadual por São Paulo com 149.844 votos. Alêm de Mônica, há outros sete representantes do coletivo.
Talíria Petrone
Negra, a professora e ativista feminista e LGBT se elegeu deputada federal pelo PSOL no Rio de Janeiro com 107.317 votos. Ela tem sido uma das vozes mais ativas ao cobrar respostas do assassinato de Marielle Franco, em março desse ano. Quando era vereadora em Niterói, Talíria foi ameaçada de morte.
Renata Souza/Mônica Francisco/Dani Monteiro
O legado político de Marielle Franco continua no Rio de Janeiro: três ex-assessoras de Marielle se elegeram deputadas estaduais pelo PSOL no Rio de Janeiro. Renata Souza, sua ex-chefe de gabinete (63.937 votos); sua ex-assessora Mônica Francisco (40.631 votos); e sua ex-assessora Dani Monteiro (27.982 votos).
Sâmia Bonfim
Vereadora em São Paulo, se elegeu deputada federal pelo PSOL com 249.887 votos. Tem sido voz ativa nas pautas feministas e das minorias.
Olívia Santana
Olívia Santana foi eleita deputada estadual pela Bahia concorrendo pelo PCdoB e ganhou 57.755 votos. É a primeira deputada estadual negra da Bahia.
Katia Sastre
A policial militar apareceu nas manchetes após matar um assaltante na porta da escola da filha, no Dia das Mães desse ano, na cidade de Suzano. Concorrendo pelo PR, se elegeu deputada federal com 264.013 votos.
Concorrendo pelo PSOL em Minas Gerais, Áurea foi eleita deputada federal com 162.740 votos. Foi a mulher mais votada na eleição para o cargo em Minas.
Flávia Arruda
Esposa do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, Flávia se elegeu a deputada federal mais votada do DF, com 121.340 votos. Ela concorreu pelo PR.
Cantora Lauriete
Esposa de Magno Malta, Lauriete se elegeu deputada federal no Espírito Santo pelo PR, com 51.983 votos. Magno Malta tentou se eleger senador no Espírito Santo, mas perdeu para Fabiano Contarato (Rede). Fabiano é o primeiro gay assumido a se eleger senador.
Tábata Amaral
Tábata apareceu na imprensa como uma jovem estudante da periferia paulistana que conquistara uma vaga em Harvard (EUA). Ela se elegeu deputada federal pelo PDT com 264.450 votos.
Flordelis
A pastora e cantora foi eleita deputada federal pelo Rio de Janeiro, concorrendo pelo PSD, com 196.959 votos.
“Juntas”
O mandato coletivo de cinco mulheres em Pernambuco foi eleito para vaga de deputado estadual pelo PSOL com 39.175 votos. O grupo é formado por Carol Vergolino, Jô Cavalcanti, Kátia Cunha, Robeyoncé Lima e Joelma Carla.
Fontes: TSE, Câmara dos Deputados, Senado Federal e Exame.
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