Vencedora do Prêmio Nobel da Paz que superou histórico de vítima de ‘jihad sexual’
Os ativistas Nadia Murad, de 25 anos, e Denis Mukwege, de 63 anos, receberam na última sexta-feira, 5, o Prêmio Nobel da Paz de 2018 por seus esforços na luta contra o uso da violência sexual como arma de guerra e conflito armado.
Nadia, que pertence à minoria yazidi no Iraque, foi sequestrada e violentada pelo grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) e hoje luta contra o tráfico sexual de mulheres.
Mukwege é um ginecologista congolês que atende há décadas mulheres estupradas na República Democrática do Congo. Junto aos colegas, ele já cuidou de mais de 30 mil vítimas com ferimentos graves em decorrência de violência sexual realizada como arma de guerra.
Ativismo de Murad:
Nadia se tornou uma ativista após escapar do EI em novembro de 2014 – e viaja o mundo fazendo campanha para chamar atenção para a tragédia dos yazidis.
A luta de Nadia rendeu a ela vários prêmios internacionais, além do Nobel da Paz.
Em 2016, ela recebeu da União Europeia o importante prêmio Sájarov à Liberdade de Consciência, junto a Lamiya Aji Bashar, também escravizada pelo EI.
No mesmo ano, também foi nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU para a Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico Humano.
Nadia é da minoria étnica e religiosa yazidi, considerada “infiel” pelos extremistas do EI.
Ela e centenas de outras mulheres yazidis foram sequestradas, vendidas e passadas de mão em mão por homens que as estupraram coletivamente. Foram vítimas do que o EI chama de “jihad sexual”.
Nadia conseguiu fugir após passar três meses em cativeiro, mas acredita-se que milhares de mulheres continuem presas.
Fonte: BBC