Conheça o perfil das três mulheres que tiveram papel decisivo na prisão do ex-presidente Lula.
Cármen Lúcia
Nascida em Montes Claros, Minas Gerais, Cármen Lúcia Antunes Rocha se formou em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) em 1977. É mestre em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especializada em Direito de Empresa pela Fundação Dom Cabral.
Assumiu o cargo de procuradora do Estado de Minas Gerais em 1993. Em 2006, foi indicada pelo então presidente Luíz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministra do STF no lugar do ex-ministro Nelson Jobim, tornando-se a segunda mulher a ocupar esta vaga, pois a primeira a ocupar esse cargo foi a ministra Ellen Gracie Northfleet. Seu nome foi aprovado por 55 votos a favor e um contra no Senado. Assumiu a vice-presidência da Corte em 2014, e a presidência em 2016. Também exerceu a função de ministra do Tribunal Superior Eleitoral de 2009 a 2013, presidindo-o de 2012 a 2013, tornando-se a primeira mulher a fazê-lo.
Cármen Lúcia é conhecida pela simplicidade e linha feminista. Solteira e sem filhos, a ministra usa imóvel funcional em Brasília e carro próprio para ir ao trabalho. Em Belo Horizonte, onde tem apartamento, durante as eleições municipais do ano passado, chegou de táxi, sozinha, para votar em uma escola do bairro Santo Agostinho, na região centro-sul da cidade.
Quando está em Belo Horizonte, a presidente do STF também vai à padaria e, nas palestras que faz, costuma relatar casos em que, ao fazer deslocamentos de táxi, ouve dos motoristas, que às vezes não a reconhecem, comentários sobre o STF e sua própria atuação como ministra. Cármen Lúcia afirma nunca se identificar para o condutor.
Raquel Dodge
A atual procuradora-geral da República Raquel Elias Ferreira Dodge é mestre em Direito pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e está no Ministério Público Federal desde 1987 e oficia no STJ (Superior Tribunal de Justiça) em matéria criminal. Atuou na equipe que redigiu o I Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil, e na I e II Comissão para adaptação do Código Penal Brasileiro ao Estatuto de Roma.
Um dos casos que projetou Raquel Dodge dentro do MPF foi a participação na equipe que processou o ex-coronel da PM e ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, acusado de liderar um grupo de extermínio no Acre na década de 1990.
Ex-coordenadora da câmara responsável pela área criminal no MPF (2010-2014) e promovida a subprocuradora-geral em 2008, Raquel Dodge ganhou respeito entre os colegas em ações de combate à corrupção e ao crime organizado.
Ela também é versada em direitos humanos, integrou a câmara que lida com questões de comunidades indígenas e coordenou grupos sobre trabalho escravo, saúde, educação, discriminação racial e sistema prisional. Antes de ser escolhida procuradora-geral, era suplente na câmara que trata de defesa do consumidor.
Aposentado como subprocurador-geral em 1991, o pai José Rodrigues Ferreira é visto como uma das referências mais fortes de Raquel Dodge, que também mantém ligação estreita com a mãe, com quem divide as feições do rosto e o gosto pela costura.
A família é o esteio de Raquel. O já estreito laço foi reforçado quando, em meio à campanha pela PGR, o câncer vitimou um dos irmãos da nova procuradora-geral, que segurou o baque e manteve a agenda.
Desde 1992, Raquel é casada com o norte-americano Bradley Dodge, que trabalha na Escola das Nações, instituição bilíngue (inglês-português) que educa herdeiros de diplomatas e das elites de Brasília e onde estuda Michelzinho, filho mais novo do presidente Michel Temer.
O casal se conheceu quando Raquel já planejava aprimorar o domínio da língua inglesa para estudar nos Estados Unidos, plano concretizado com o mestrado na Harvard Law School (2006-2007) e com a participação no programa de direitos humanos da instituição.
Da união com Bradley, nasceram Eduardo e Sophia, que não seguiram a veia jurídica dos Ferreira, mas também rumaram aos Estados Unidos para estudar.
Amigos descrevem Raquel como uma pessoa dividida entre trabalho e família e preocupada com questões de igualdade de gênero. Na vida social, são raras as aparições da procuradora-geral em jantares do meio jurídico ou em restaurantes badalados. Colegas de trabalho também sabem poucas informações pessoais. Uma das raras que escapa é o gosto pelo jazz.
Rosa Weber
Weber foi a primeira juíza do trabalho e a terceira mulher a se tornar ministra na história do STF. Filha de um médico e de uma pecuarista, Weber é casada com um procurador do Estado aposentado e tem dois filhos. É fluente em francês e torce pelo Internacional.
Nascida no Rio de Janeiro, se formou em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde desenvolveu boa parte da carreira. Entrou para a magistratura em 1976 e alcançou o cargo de juíza do Tribunal Regional do Trabalho em Porto Alegre em 1991.
Deu aula de direito por apenas um ano, entre 1989 e 1990, na PUC-RS. Em 2006, foi indicada para o Tribunal Superior do Trabalho pelo então presidente Lula.
O perfil mais técnico e menos político de Weber foi um dos fatores que pesaram a seu favor quando foi indicada pela presidente Dilma Rousseff, em 2011, para assumir o lugar da ex-ministra Ellen Gracie.
O perfil discreto que hoje motiva elogios foi alvo de críticas à época de sua nomeação. No entanto, ela foi aprovada por 19 votos contra 3 – em grande parte graças às respostas diplomáticas que deu às perguntas mais capciosas.
Desde então, a ministra tem mantido a mesma postura no STF. Como ela não fala fora dos autos, seu posicionamento precisa ser analisado com base no padrão de suas decisões. A tendência que surge daí, no entanto, não é certeira, já que Weber costuma ponderar os argumentos dos colegas e não decide sempre numa mesma direção. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada no ano passado apontou, com base em nove mil processos, que, na área penal, ela tem uma harmonia maior com a ministra Cármen Lúcia e com os ministros Fachin e Barroso.
Entre suas decisões importantes nos últimos tempos estão a negativa de dois pedidos para suspender a intervenção do governo federal no Rio de Janeiro, em fevereiro, e o arquivamento de um inquérito de caixa dois contra o senador José Serra (PSDB-SP), em março.
A ministra também negou o pedido de uma jovem universitária, grávida de 6 semanas, para fazer um aborto, em novembro do ano passado – ela é relatora de uma ação sobre descriminalização do aborto.
Embora já tenha dito em um julgamento da Primeira Turma que é favorável à descriminalização do aborto nos três primeiros meses de gestação, ela decidiu que a ação não era o instrumento adequado para a discussão e, por isso, não avaliou o pedido. Acabou pesadamente criticada nas redes sociais por ser mulher e ter tomado essa decisão.
Vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Weber se tornará presidente do TSE em agosto e terá um papel crucial nas eleições deste ano.
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