Rosa Magalhães, considerada uma das figuras mais importantes do carnaval carioca, em entrevista exclusiva à Revista Persona Mulher, fala sobre a sua trajetória, suas conquistas e seu amor pela arte.
A carnavalesca, recordista de vitórias no Sambódromo, conta que na década de 70 pensou em fazer Direito e que o mundo das artes não fazia parte dos seus planos. “Na minha vida nada foi muito programado. Eu não queria fazer Escola de Belas Artes, queria fazer Direito, olha só que birutice da minha cabeça”, observa com humor. “Mas antes disso, como já gostava de desenhar, resolvi aperfeiçoar a técnica. Já nas primeiras aulas, vi que esse era meu mundo, que essa era a profissão que eu iria seguir. Vi que era aquilo que eu queria fazer”, recorda. Incentivada pelo professor, prestou vestibular para a Escola de Belas Artes da UFRJ, passou e quando ainda cursava o último ano foi convidada pela Escola de Samba do Salgueiro para colaborar na criação dos seus figurinos para o Carnaval de 1971.
Rosa aceitou o desafio e estreou com o pé direito, já que a escola foi campeã naquele ano. “Comecei desenhando no Salgueiro. Não tinha nem ideia do que era figurino, nem sabia que existiam livros sobre o assunto. Á época, estava focada em outras coisas. Não sabia nada sobre carnaval. Não sabia o que era aquilo e não desfilei, assisti de uma arquibancada para ver como era”, diz. Após essa primeira experiência, Rosa quis saber mais sobre esse novo universo. Encantada com a possibilidade de dar vida aos sonhos e fantasias, aos 21 anos, enquanto dava aula na Escola de Belas Artes, à noite se especializava em cenografia e indumentária. “Tive a sorte de estrear ao lado de grandes nomes do carnaval carioca, como Marie Luise Nery, figurino, Anisio Medeiros, cenários, e Fernando Pamplona, com quem aprendi o que era escola de samba”, enfatiza.
Hoje, a artista plástica, figurinista, cenógrafa, carnavalesca e professora, tem uma história de vida que se confunde com parte da história do carnaval brasileiro. Depois do Salgueiro, passou pela Beija-Flor e Portela. Em 1982, conquistou seu primeiro campeonato pelo Império Serrano. Título que, segundo ela, foi uma grata surpresa. “Eu estava completamente exausta, havia acontecido muitas coisas ruins na minha vida naquele ano e a escola estava praticamente sem dinheiro. E aí ganhou o primeiro lugar. Foi uma surpresa muito grande”, lembra. Mas foi na Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense que Rosa se consagrou como carnavalesca, ao conquistar cinco títulos de campeã para a escola.
Após 18 anos como carnavalesca da Imperatriz, passou pela União da Ilha e, em 2011, assumiu o carnaval da Vila Isabel, onde, este ano, conquistou mais um título de campeã. Soberana na passarela do maior espetáculo da terra, a heptacampeã dos carnavais cariocas credita a pesquisa e a sua personalidade inquieta e curiosa o sucesso do seu trabalho. “A maior dificuldade é começar. A inspiração surge de repente, mas não vem ao acaso, tem que ficar pensando no tema. Você tem que se dedicar à leitura e à pesquisa. Se não gostar, não dá certo. Teve uma vez que eu precisava de dados sobre uma expedição para o Ceará, pedi ajuda a um professor e ele marcou comigo no Campus de São Cristovão. Eu não conhecia o lugar, cheguei antes e fiquei perguntando o que tinha ali. Descobri que no local tinha dados sobre todas as expedições nacionais e internacionais. Um achado, tudo conspirou a favor. O professor ter marcado ali, eu chegar cedo e começar a indagar. É uma coisa doida, quando o universo conspira a favor. Tudo dá certo”, ressalta.
Ela que há mais de quatro décadas vem encantando o Brasil e o mundo com o esplendor de suas criações, vê com satisfação a evolução das condições para a realização dos trabalhos no universo carnavalesco, que no inicio não oferecia nenhuma infraestrutura. “Os profissionais que hoje trabalham com Carnaval, na maioria muito jovens, não têm ideia do que passamos antes. Trabalhávamos em Lugares abandonados, muitas vezes sem banheiro, sem água. Muitos trabalhavam embaixo de viaduto. Era uma grande aventura. Hoje é tudo bem diferente, com a Cidade do Samba, que oferece todo o conforto. Apesar de ainda enfrentarmos alguns problemas, as dificuldades atuais não se comparam com as do passado. Virou até profissão”, destaca.
Para a carnavalesca, a ascensão da mulher neste universo ainda é exímia e o preconceito ainda existe. “È um universo ainda muito masculino, onde a mulher é vista com certa restrição. Apesar de algumas poucas participações ainda somos minoria como carnavalescas e como dirigentes das escolas de samba. Já teve assim uma presidente há muito tempo aqui ou ali. Eu sofri preconceito sim e se entrar uma garota agora ela vai sofrer também. É um reduto muito machista. Se ela não estudar muito e mostrar seu valor em dobro, não segue adiante”, avalia.
Adepta de uma rotina simples, Rosa que sempre morou no bairro de Copacabana, há sete anos vive na casa que pertenceu ao comediante Oscarito. Um verdadeiro oásis em meio ao caos da cidade grande. Cercada por cachorros e plantas, das quais faz questão de cuidar pessoalmente, ela diz que seu lazer é o cinema, o teatro, muita televisão, leitura e “não fazer nada”. Algo quase impossível, já que além do universo carnavalesco, ela se dedica a criação de figurinos para festas, peças, óperas e balés. Atividade que em 2007 teve reconhecimento internacional, quando ganhou o prêmio Emmy, o Oscar da TV americana, na categoria Figurino e Design de Estilo, por seu trabalho na cerimônia de abertura do Pan-Americano do Rio.
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