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Falar sobre menstruação ainda é tabu em muitos países. Em Zâmbia não é diferente, porém, o país, vem adotando uma lei trabalhista que permite que as mulheres tirem um dia de folga durante o período menstrual.

Batizada de Dia das Mães, a medida se estende a todas as mulheres – mesmo às que não têm filhos. As mulheres podem tirar a folga quando quiserem, sem a necessidade de apresentar atestado médico. Elas também não precisam avisar com antecedência: basta ligar para o trabalho no mesmo dia.

As empresas que não permitirem o descanso podem ser processadas; já as mulheres que pedirem a folga e forem vistas em atividades que são opostas ao descanso (fazendo compras ou indo a festas, por exemplo) também podem ser penalizadas.

Em entrevista à BBC, Harrington Chibanda, presidente da Federação de Empregados da Zâmbia, criticou o Dia das Mães, dizendo que a lei prejudica a produtividade. “Seu chefe pode ter uma tarefa para lhe passar e, quando você falta subitamente, isso significa que o trabalho vai ser afetado”, disse. Já a advogada Linda Kasonde defende: “o motivo pelo qual o Dia das Mães é importante no contexto da Zâmbia é porque ele reconhece que as mulheres são as principais cuidadoras dos indivíduos na nossa sociedade – sejam elas casadas ou não”.A lei vem gerando muito debate no país africano. Há quem ache que o Dia das Mães é essencial para o bem-estar das mulheres, que sofrem com sintomas bem desagradáveis durante o período menstrual, e que pode ter resultados bons para a produtividade no trabalho. Outras pessoas, por sua vez, acreditam que a medida é desnecessária e pode ser usada de forma injusta, já que é difícil de regulá-la.