A posse de Dilma Rousseff foi emblemática para nós feministas, glorioso foi assistir a eleição da primeira mulher eleita Presidente da República do Brasil. Exaltou o orgulho da brasileira ante uma promessa de campanha de equidade política a vir se concretizar. Os anseios de todas por uma equidade pleiteada em todos os segmentos foi épico, tendo-a como valiosa timoneira, ela que declarava ser defensora da causa feminina. Afinal, seu slogan era “Coração Valente”.
Não foi melhor o evento apenas se comparado a posse de Luís Inácio da Silva, o metalúrgico que chegou à Presidência da República, a representar o surgimento de um mito que emocionou a todas as classes sociais, oriundo do Partido dos Trabalhadores que fundara e que prometia moralização na política, um Brasil mais justo, ele que tornou-se um ícone mundial no combate às desigualdades, como Obama definiu, “O Cara”.
O Dilúvio Institucional
Hoje, ao largo da desordem institucional que se instalou, com um país que está mergulhado em uma crise política sem precedentes, dentro de um mar de corrupção nunca visto, em que os escândalos ganham manchetes em todo mundo, onde o desemprego angustia a classe trabalhadora com empresas que fecham diariamente e a credibilidade e os investimentos estrangeiros desaparecem, onde a economia encolhe, os juros sobem, o fantasma do fatídico CPMF assombra e o sonho do petróleo como um divisor de águas, alimentado pelas descobertas de suas grandes reservas de petróleo, capaz de levar o Brasil a um patamar de uma grande potência mundial, sucumbe no nascedouro.
Deprimente vê-se a tese do “petróleo é nosso” que alimentou o nacionalismo de décadas, torna-se motor de corrupção, oriundo do partido vitorioso sob o signo da ética, abraçado que foi por idealistas, torna-se o campeão dos desmandos. Onde a bandeira nacional, símbolo do país é substituída pela vermelha, cujo viés advém de partidos estrangeiros de prática autoritária. Onde a saúde pública agoniza e uma militância orquestrada se identifica com países comunistas, na contramão da história, sendo que neste quadro caótico, há de se perguntar, quem matou nossos sonhos ?Que país é este?
Imensuravelmente triste é a perda da esperança, o sonho de estarmos construindo uma grande nação desvanecer diante de promessas vãs, de políticas rasteiras fincadas na violência de dividir as classes sociais para manter-se no poder, alicerçada pela miséria de parcela da população, definida como pão com mortadela, quando a grande maioria pensante pede o fim desse governo, em que a população grita abaixo Dilma, abaixo Lula, abaixo PT e a Operação Lava Jato desnuda uma organização criminosa articulada para manter-se no poder de forma descomunal.
E a mulher ? Esta que sempre foi a minoria na parcela de poder, vê-se achincalhada, vítima de referências vulgares que se estende a todo segmento feminino, oriundas de um ex-presidente que enganou a nação e hoje mostra o seu lado mais torpe, vil e canalha, onde o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, órgão da presidência da República, tudo assiste e se cala covardemente.
E a “Pátria Educadora” vira piada. Crianças sem escolas e sem merendas decentes. E a saúde pública? Hospitais agonizam e o vírus Zika que vitima, sobretudo as mulheres, com crianças sujeitas a microcefalia, principalmente nos rincões mais pobres do país, é uma permanente ameaça.
O Brasil brasileiro, este gigante continental se encolhe. O país que nasceu para cumprir um destino de glória se revolta e vai às ruas pedir o impeachment de sua Presidente. Uma governante conivente com a corrupção que se instalou no país, cuja eleição é questionada na Justiça por ter sido fraudada. Uma Chefe de Estado sitiada, solitária diante da frieza do poder, uma estrela que cai, que não pode mais sair às ruas face a impopularidade que goza. Aquela que é ridicularizada, figura caricata alinhada ao esquema de desmandos e que não pode representar verdadeiramente a dignidade da brasileira, acostumada a ir à luta com dignidade, onde a saída honrosa se resume em renúncia pelo bem do país.
Fazer este editorial por parte da revista Persona Mulher é um ato de coragem, talvez seja esta sua última edição, por sua rebelião, por não deter poder econômico de sustentação. No entanto, prefere ser lembrada sempre como a tribuna livre da mulher brasileira, com uma linha editorial independente de empoderamento feminino global, sem submissão, que chegou a 21 anos de existência, cumprindo o papel que se propôs: um feminino diferenciado, cultural, de ideal em marcha.
Maria Lúcia Pizzolante
Presidenta do Grupo Persona Mulher
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