Rose Marie Muraro, polêmica escritora nascida no Rio de Janeiro, aprendeu desde cedo a lutar contra as dificuldades físicas e sociais. Nasceu praticamente cega e fez da cegueira seu desafio de vida. Somente aos 66 anos conseguiu recuperar parcialmente a visão com uma cirurgia. Sua personalidade singular foi responsável pela determinação e força suficientes para tornar-se uma intelectual de grande importância, que teve como pensamento que “só o impossível cria o novo”. Estudou física e economia, escreveu 44 livros e atuou também como diretora da Editora Vozes, tendo sido responsável pela edição de cerca de 1.600 títulos. Entre as obras polêmicas que deixou, merecem destaque Os Seis Meses em que Fui Homem, Por que Nada Satisfaz as Mulheres e os Homens não as Entendem, a autobiografia Memórias de uma Mulher Impossível e o clássico Sexualidade da Mulher Brasileira: corpo e classe social no Brasil. Lutou contra todas as formas de opressão, foi uma mulher de causas. Rose Marie morreu em junho, vítima de um câncer na medula óssea, como uma das mais importantes representantes do feminismo brasileiro e uma das grandes mulheres deste século.
Na Editora Vozes, Rose Marie trabalhou ao lado de Leonardo Boff e a parceria rendeu o nascimento dos dois movimentos sociais mais importantes do século XX: o movimento de emancipação das mulheres e a teologia da libertação, até hoje considerados a base da luta dos oprimidos. Com Boff, assinou o livro Masculino/Feminino, que investiga a relação entre os gêneros. “A Rose elevou a questão do gênero a um novo patamar, pois não considerava o masculino e o feminino como realidades que se contrapõem, mas como instâncias fundamentais, onde cada um é completo em si, mas voltado para o outro, numa relação de reciprocidade e construção conjunta”, afirma o teólogo.
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