Empoderamento

Marisa Helena Contreras, diretora de marketing da Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA na sigla em inglês), é produtora de café em Areado e em 2013 foi eleita uma das dez melhores produtoras de Minas Gerais. Única representante do setor cafeeiro, afirma que “foi uma grande responsabilidade representar as mulheres do café, aquelas que acreditam e têm paixão pelo que fazem”. Sua fazenda atualmente exporta café para o Japão e Coreia, tendo sido selecionada pela ONU para participar da Feira Internacional do Café em Seattle, Estados Unidos. “O resultado só vem com muita dedicação”, comenta. Marisa acompanha pessoalmente todas as etapas de produção em sua fazenda e desenvolve projetos de geração de renda para as mulheres da comunidade.

O foco no empreendedorismo é uma marca da atual gestão do Sebrae Minas. Programas de gestão na produção de leite (Balde Cheio) e de café (Café+Forte) são alguns exemplos de ações realizadas em prol dos produtores rurais do estado. Milhares de homens e mulheres do campo vêm sendo beneficiados por treinamentos e cursos realizados pela instituição. Além disso, a partir de 2005, as mulheres passaram a conquistar mais cargos nas diretorias dos Sindicatos Rurais, que atualmente contam com 12 presidentas. Não apenas à frente dos sindicatos, as empreendedoras rurais dividem o tempo entre a família e a fazenda e vêm protagonizando histórias e inovações que têm o objetivo de desenvolver a atividade rural com base na sustentabilidade socioambiental e na igualdade. O Sebrae promove diversos processos que reconhecem e desenvolvem negócios femininos no meio rural, um exemplo é o Prêmio Mulher de Negócios na categoria Produtora Rural, realizado anualmente.

Segundo Leila Borges, produtora de gado de corte em Uberaba, o aumento da participação da mulher também em atividades como agronomia e veterinária, é um reflexo da sociedade e representa um avanço na questão de gênero no campo. “Muitas mulheres tiveram de assumir a atividade das fazendas por terem ficado viúvas ou serem herdeiras de terras. Além disso, hoje muitas são formadas em áreas agrárias e acabam também nos ajudando em outros setores, prestando assistência para que possamos produzir com qualidade”, considera. Para ela, o fato de mais mulheres estarem à frente de órgãos representativos faz uma grande diferença no processo de aceitação e no empoderamento da mulher do campo.