Brasil, século XIX. Mulheres educadas como meninas para papéis domésticos, sem acesso à educação, donas de vocabulários limitados, em um período de opressão e de desejos secretos. Para a sociedade vigente, a mulher deveria ser maternal e delicada, dedicada exclusivamente aos familiares e a casa, sem anseios próprios. Além disso, tinham de lidar com a dúvida da própria capacidade de criação. No entanto, escritoras, poetas e jornalistas, já naquele tempo, refletiam sobre a questão dos direitos da mulher, a educação, a relação entre o sexo e o direito a escrever e publicar, se recusando a viver apenas à beira do fogão ou estudar francês e piano.
Pelo senso comum, as mulheres tinham um corpo frágil e um cérebro menor que o dos homens e isso as tornava incapazes de criar, razão pela qual a conquista do território da escrita pelas mulheres no Brasil foi longa e difícil. No ano de 1823, algumas brasileiras se pronunciaram através de dois manifestos publicados pelo jornal Sentinela da Liberdade, que davam voz às mulheres da província da Paraíba e tinham clara influência de escritoras como a francesa Olympe de Gourges e a britânica Mary Wollstonecraft. Em 1832, Nísia Floresta traduziu Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens, de Wollstonecraft, que fala da mulher como a classe oprimida e defende a educação como forma de modificar essa situação. Mas foi a partir de meados do século que surgiram, em maior número, romances e jornais escritos por mulheres. Maria Firmina dos Reis, pseudônimo de Maranhense de Guimarães, inicia o livro Ursula (1859) tentando se justificar: “Mesquinho e humilde livro é este que vos apresento, leitor (…). Sei que pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e a conversação dos homens ilustrados”. Contudo, a obra trata dos escravos e suas histórias próprias, além de falar em liberdade para a mulher, algo ainda difícil de se imaginar.
Também em 1859, Indígena do Ipiranga – na verdade, Ana Luísa de Azevedo Castro –publicou o romance Dona Narcisa Vilar, que intercala histórias indígenas com comentários próprios e defende que os governantes “cruéis e devassos” enviados pela Coroa Portuguesa foram os grandes responsáveis pela redução do papel da mulher na sociedade. A Lágrima de um Caeté (1849), de Nísia Floresta, relata as mulheres como criaturas lesadas pela chamada “civilização”.
Por volta de 1870, jornais de propriedade das mulheres crescem em número e repercussão. Em 1873, O Sexo Feminino, de Francisca Senhorinha da Motta Diniz, surgiu em Minas Gerais como um periódico de sucesso, com muitas assinaturas. A jornalista também era defensora da educação para as mulheres e o fim da opressão. O Corymbo, que circulou entre 1884 e 1944 no Rio Grande do Sul, foi o jornal literário de mais longa duração. Josefina Álvares de Azevedo fundou A Família em 1888, em São Paulo, e defendia condições iguais para as mulheres. Ela também escreveu a peça O voto feminino, encenada no Rio de Janeiro, em 1890.
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