Chiquinha Gonzaga nasceu em 1847, fruto do relacionamento de um militar de alta patente no Exército Imperial e de uma negra. Desde criança, demonstrava especial interesse pela música. Casou-se em 1863, aos 16 anos, por pressão paterna com o fazendeiro e oficial da Marinha, Jacinto Ribeiro do Amaral. De presente, recebeu do pai um piano, que logo despertou o ciúme do marido pela atenção dedicada ao instrumento. O marido levou Chiquinha então para uma viagem, a fim de separá-la do piano, o que pouco adiantou, já que ela logo arrumou um violão, do qual não se separou mais. Jacinto deu então um ultimato: “Ou ele ou eu”. Quando colocou o plano em prática, foi protagonista de um escândalo: à época, as mulheres separadas eram verdadeiras aberrações da sociedade.
Chiquinha Gonzaga não tinha dúvida a respeito do que faria. Deu aulas de piano, animou festas domésticas ao lado do conjunto Choro Carioca, e tocou em lojas de instrumentos. Passou a escrever e publicar partituras e, em 1885, tornou-se a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Atraente foi seu primeiro sucesso, quando tinha 29 anos de idade. Naquele tempo, participou da campanha abolicionista por conta da revolta que sentia por seus ancestrais maternos terem sido escravos e sofrido muito. Dedicou-se também à campanha republicana. Vendia suas músicas de porta em porta e, com o dinheiro obtido, libertou o escravo Zé da Flauta.
Aos 52 anos, Chiquinha Gonzaga, mais uma vez, rompeu tabus ao se apaixonar por João Batista Fernandes Lage, um jovem de 16 anos. Temendo o preconceito, fingiu adotá-lo como filho e, posteriormente, mudou-se com ele para Lisboa, a fim de viverem longe da pressão da sociedade do Rio de Janeiro. Chiquinha Gonzaga continuou a chocar: em 1900 conheceu Nair de Tefé, caricaturista e primeira-dama do Brasil, esposa do marechal Hermes da Fonseca, à época presidente da República. Ela passou a ser convidada para apresentações no Palácio do Catete, onde cometeu a “heresia” de tocar o violão e os ritmos da rua, para desgosto da elite racista.
O maior sucesso de Chiquinha Gonzaga é a marcha de carnaval Ó Abre-Alas, composta após a passagem do cordão Rosa de Ouro sob sua janela, no Andaraí, Rio de Janeiro. O clássico, que muita gente acredita tratar-se de uma música folclórica, é uma espécie de hino e certidão de nascimento do carnaval brasileiro. Chiquinha faleceu em seu apartamento, no Rio de Janeiro, aos 87 anos de idade, às vésperas do carnaval de 1935, ao lado de João Batista Lage, seu grande amor.
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