Delaíde Miranda Arantes é uma mulher de olhar tímido e aparência frágil, mas essa postura engana quem conhece a sua história de luta e perseverança, que a levou a ocupar um dos cargos mais altos do poder judiciário. A infância foi marcada pelo trabalho na lavoura, em Pontalina (GO). Filha mais velha de nove filhos, ela ajudava os pais na lavoura de subsistência. O auxílio no campo consumia a maior parte do seu dia, mas, sobrava tempo para frequentar as aulas da escola rural, onde concluiu o antigo quarto ano colegial. A zona rural oferecia a opção de continuar os estudos em Pontalina, mas a vida de Delaíde seguiu novos rumos, em meados dos anos 60.
Na época, o governo estadual e o federal, em parceria com a Emater, desenvolviam um trabalho junto aos agricultores e às suas famílias na região, que visavam aprimorar as técnicas de cultivo usadas. Para os filhos, havia programas de incentivo à leitura e à educação, por meio do Clube dos Quatro “S” – Saúde, Servir, Sentir e Saber. Delaíde e seu irmão – um ano e cinco meses mais novo – se destacaram no grupo. Como reconhecimento, ela ganhou uma passagem de avião para o Rio de Janeiro, em 1966, a fim de participar do “Congresso Internacional da Juventude”, evento que reuniu 20 estados brasileiros e 14 países latino-americanos. “Aos 13 anos de idade, subi ao palanque pela primeira vez, para defender a criação de faculdades na zona rural”, lembra. A reivindicação era justa, pois ilustrava a sua realidade: seus pais não tinham como arcar com os estudos na cidade.
Foi quando, influenciado por um amigo da família, seu pai decidiu pagar um aluguel na cidade. Para custear os estudos, Delaíde, que ingressava no ginásio em escola pública, começou a trabalhar como empregada doméstica – fase que durou um ano. A mudança para Goiânia (GO) ocorreu quando passou a trabalhar em um consultório médico, onde permaneceu por seis meses, até conseguir uma vaga num escritório de advocacia.
Na década de 70, segundo ela, as mulheres eram orientadas a fazer curso normal, para serem professoras. No entanto, optou por fazer Contabilidade no segundo grau e Direito, como curso superior. A paixão por leis começou ainda criança. “No interior, as pessoas se interessavam muito pelas audiências do Tribunal do Júri, como se fossem um programa cultural; um espetáculo que a população assistia e se encantava. Acho que também fui influenciada”, revela.
| Sacrifícios
Frequentar a universidade de Direito não foi nada fácil. Delaíde estudava a noite e trabalhava durante o dia em uma empresa multinacional revendedora de máquinas, como secretária-executiva. “A empresa oferecia transporte até em casa, mas, como morava longe, era a última a chegar. No auge do cansaço, eu me perguntava: ‘será que vale a pena o sacrifício?’. Foram quatro anos nessa luta, mas valeu a pena”, revela a ministra. Em 1979, formou-se em Direito na UniAnhanguera, graças ao crédito educativo do FIES.
Já como advogada, Delaíde passou por uma situação constrangedora e marcante, quando foi fazer uma compra numa loja de roupas. “A atendente do crediário pegou a minha carteira de identidade e disse ‘olha aqui, advogada; é por isso que eu não estudo’. Fiquei muito magoada. O bom é que aprendi a reverter minhas mágoas em bandeiras de luta. E esse é um dos meus diferenciais”, revela.
| Tempo livre
A austeridade e a seriedade do cargo de ministra são deixadas no TST quando Delaíde volta para casa, no início da noite, e assume o papel de mãe, avó e mulher. Suas duas filhas são advogadas trabalhistas e lhe deram dois netos: Gabriel e João Pedro.
Para acompanhar o ritmo das crianças e manter a saúde em dia, Delaíde frequenta a academia. “Estou me preparando para me tornar uma corredora de rua. Preciso adotar um esporte que me deixe saudável”, revela.
Vencer desafios sempre fez parte de sua rotina. “Eu me preparei a vida toda para galgar postos mais elevados, mas não planejei ser ministra. Eu acredito que, quando você faz um plano para a sua vida, Deus encaminha, ajuda, dá saúde, sabedoria, discernimento e energia”, finaliza.
| Mulheres no poder
Especializada em Direito Trabalhista, Delaíde Miranda Arantes ocupa o cargo máximo na sua área de atuação: ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O cenário que convive diariamente lhe permite fazer uma análise da situação da mulher, seus direitos e deveres.
PERSONA MULHER – Ainda há muito a ser feito quanto aos direitos e deveres das mulheres no mercado de trabalho?
Delaíde – Comentei isso durante uma palestra que fiz em um evento da Secretaria de Mulheres da prefeitura de Goiânia (GO), para mil pessoas. Disse que precisamos trabalhar muito para vencer obstáculos culturais, a exemplo da jornada de trabalho dupla ou tripla da mulher. Outra questão é a da guarda compartilhada dos filhos, nos casos de separação conjugal. Para a sociedade, o papel de cuidar dos filhos é da mulher. Se ela negar, fica mal falada. A responsabilidade da educação é do Estado e da família, como diz a Constituição Federal, e não só da mãe. A igualdade de direitos é consagrada e tem que fazer valer. Precisamos de políticas públicas, como creches para as mães deixarem seus filhos enquanto trabalham ou quiserem sair.
PERSONA MULHER – O que falta às mulheres?
Delaíde – Mais motivação, autonomia e independência, não só financeira. Precisa estar mais atuante na política, em órgãos de classe e entidades sindicais, além de convencer-se da importância de sua capacitação profissional, de estar pronta para o exercício de uma função. Segundo pesquisas, cerca de 18% das servidoras exercem função de poder no Judiciário. Nas demais esferas, não é tão diferente, em torno de 16%. A partir da minha nomeação, o TST é, hoje, o tribunal superior com maior número de mulheres. Se considerarmos que, por concurso, ingressam mais mulheres que homens, esse quadro pode mudar muito, para que elas possam influenciar as políticas formuladas.
PERSONA MULHER – A comunidade jurídica chegou a chamá-la de “Dilma Rousseff do Direito”. O que acha da comparação?
Delaíde – A mulher precisa ter firmeza nas ações que irá empreender e nas decisões a tomar. Fiquei orgulhosa de ser merecedora e de ter sido nomeada ministra, pela presidenta. Dizem que a mulher na função de poder torna-se autoritária. Em qualquer função, é preciso ter coragem de tomar decisão e na hora certa, além de pulso forte.
PERSONA MULHER – Entre as causas defendidas como advogada trabalhista, está o combate ao trabalho escravo e infantil. Como a causa é tratada pelo TST?
Delaíde – Participei em Genebra (Suíça) da 100ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre exploração do trabalho infantil. Isso era para ter sido erradicado há anos, devido ao crescimento econômico experimentado com a criação de postos de trabalho para assumir mão-de-obra ativa. Esses temas são tratados com muita seriedade e preocupação no Tribunal, por serem questões muito sérias. Fazemos sugestões e participamos de ações do Ministério do Trabalho, de programas do Governo Federal e de entidades civis sobre a questão.
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