Cynthiane Maria da Silva Santos é uma mulher de fibra e de personalidade forte. Porém carrega uma característica doce ao falar de sua trajetória dentro da Polícia Militar do Distrito Federal, da qual faz parte há mais de 20 anos. Em meio ao comando de uma operação que visava acompanhar uma manifestação no centro da capital do país, a tenente-coronel recebeu a Persona Mulher.
Entre o olhar atento ao que acontecia e toda movimentação ao redor, ela se recordou dos cinco meses em passou na mata durante o treinamento para fazer parte da tropa de elite da PM, o Batalhão de Operações Policiais Especiais, o Bope. “O treinamento foi muito difícil, nada fácil. Foi um treinamento só (tanto para homens e mulheres). O curso de Operações Especiais é um curso único. Fui a única mulher a se inscrever, era a única no meio de todos eles”, relembra. Dos 42 policias, sendo que 20 desistiram no decorrer do treinamento.
Mas, mesmo com toda a disposição, a mulher que hoje comanda 400 soldados, desses apenas 12 são mulheres, pensou em desistir diante da rotina pesada imposta por um dos mais rigorosos cursos de ações táticas e operações especiais. “Várias vezes eu falava para os meus amigos: acho que vou embora. Tinha um filho pequeno de três anos. Na época não tinha celular, não conseguia falar com ele, sofri muito com isso e às vezes falava que não aguentava mais. Tive que me desapegar de tudo, de tudo mesmo e falei pra mim mesma que só sairia se alguém me tirasse de lá ou se tivesse algum problema físico, mas que eu ia aguentar tudo”, salienta.
Desgarrar-se de certos padrões fez parte também desse período dedicado ao treinamento para pertencer ao Batalhão de Choque. Raspar a cabeça foi um deles. “Lembro que sai do trabalho em uma sexta-feira e tinha que me apresentar para o curso na segunda seguinte. Tinha os cabelos compridos e no domingo cortei o cabelo curtinho, igual o de homem. Quando me apresentei para o curso a coordenação me informou que era máquina um para os homens e máquina dois para as mulheres, e não tive medo, se eu era a representante de todas as mulheres tinha que passar a máquina e assim foi”, conta.
| Preconceito
De acordo com a tenente-coronel 94% do efetivo da Polícia é formado por homens. Apesar de hoje eles já estarem adaptados à presença delas, na época em que fez o treinamento para o Bope, ela se sentia um ser diferente no meio de todos os policiais. Cynthiane conta que várias vezes foi alvo de aposta pelos colegas de curso. “Me falaram que havia apostas de quando alguém desistia do treinamento a próxima seria eu. Com certeza foi preconceito, sei que não era muito simples para uma mulher aguentar, mas eu consegui”.
Vitória que ela dedica a sua capacidade e a paixão pela profissão que exerce. “Foram quase seis meses de curso e eu tive que mostrar muito porque eu estava lá, não foi fácil. Queria mostrar que eu era tão capaz quanto eles, a questão ali era somente capacidade de estar realmente disposta e ser capaz de alcançar o objetivo que era a formatura”.
| Carreira
A tenente-coronel Cynthiane conta que foi incentiva pelo pai, oficial do Exército, a ingressar na Academia da PM do Distrito Federal em 1992. Nas ruas, ela trabalhou no policiamento de trânsito, na Guarda Presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também está em seu currículo a viagem para o Timor Leste, em que foi a primeira oficial feminina da PMDF a participar de uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
À frente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) do Distrito Federal, sobra espaço para manter a feminilidade. “Geralmente eu faço maquiagem leve, minhas unhas estão sempre vermelhas e nunca saio sem um brinco; sem eles, eu sempre brinco, que é a mesma coisa que sair pelada de farda. Esse acessório é a única coisa que você coloca para dar um algo a mais no seu visual, alguma coisa diferente”.
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