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Voluntárias Cisne Branco

Sheila Royo Soares de Moura, diretora nacional das Voluntárias Cisne Branco, se dedica ao voluntariado. Vivenciou várias iniciativas de projetos sociais se perderem com a transferência dos oficiais para outros distritos navais. Para perpetuar e ampliar essas atividades, resolveu organizar a atuação das mulheres da Marinha dedicadas a ajudar o próximo. “O voluntariado sempre existiu, mas como era feito de maneira informal, não tinha continuidade e muito trabalho foi perdido”, observa. Assim, ela conta que quando o marido, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, assumiu o comando da Marinha, em 2007, ela viu a oportunidade perfeita para organizar este trabalho e criou, em dezembro de 2008, as Voluntárias Cisne Branco (VCB), composta por esposas de oficiais, praças e servidores civis da Marinha. Desde a sua fundação, as VCB têm se firmado como um importante reforço para as ações de assistência social desenvolvidas pela Marinha, beneficiando os militares e familiares de dez seccionais. “O que acontece hoje com o voluntariado reside em uma nova proposta para esse tipo de trabalho, de acordo com as normas legais, permitindo uma atuação mais abrangente e organizada. Ao institucionalizarmos o voluntariado, ganhamos mais credibilidade na sociedade e garantimos que essa iniciativa não irá se perder”, explica.

De acordo com Sheila, a VCB não só estimula o surgimento de novos projetos como dá o suporte necessário para a ampliação de trabalhos pioneiros, como os realizados pelas voluntárias da Obra do Berço e das voluntárias do Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD). Consideradas pioneiras do voluntariado em apoio à Família Naval, as voluntárias da Obra do Berço se reúnem há 66 anos. No encontro, realizado todas as quartas-feiras na sede esportiva do Clube Naval (Piraquê), as Voluntárias, além de se dedicarem a desenvolver uma atividade continuada de confecção de roupinhas, que são distribuídas aos filhos dos cabos, marinheiros e fuzileiros navais da ativa da Marinha, têm a oportunidade de colocar a conversa em dia. Uma terapia em que todos saem ganhando. “Hoje, além de dar continuidade ao trabalho artesanal de confecção de enxovais de bebês, com o voluntariado organizado nós ampliamos os trabalhos da Obra do Berço, tendo a certeza de que não faltarão doações e patrocínios para a continuidade deste ato que já se transformou em uma tradição na Marinha”, destaca. Outra obra pioneira que passou a fazer parte da VCB foi o Grupo das Voluntárias do HNMD. Elas atuam no HNMD desde 1980, atenuando o sofrimento dos pacientes. A diretora da VCB diz que, atualmente, o grupo formado por 20 voluntárias se reúne todas as segundas e quartas-feiras no HNMD, sendo cada uma responsável por um andar do Hospital. “Nessa nova parceria, ganhamos todos, unindo experiência e tradição às facilidades de um voluntariado expandido e modernizado. Temos a certeza da continuidade deste trabalho humanitário”, ressalta. Responsáveis pelo bem estar dos pacientes, as Voluntárias do Marcílio Dias procuram suprir as necessidades dos pacientes. Para isso, se empenham na busca de voluntários para a doação de sangue, providenciam muletas, cadeiras de rodas, entre outros utensílios que facilitam a recuperação dos pacientes, se revezam na leitura de livros, organizam recreações na brinquedoteca, orientam os pacientes na realização dos exercícios de recuperação dos movimentos, prestam apoio às mastectomizadas. Além disso, levam palavras de conforto para os doentes e seus familiares. “Com a VCB arrecadamos mais recursos, ampliando a atuação das Voluntárias do Hospital Naval Marcílio Dias”, sinaliza.

Nesses três anos de existência, as Voluntárias Cisne Branco já viabilizaram inúmeros projetos que saíram do campo das ideias e da força de vontade das voluntárias para se transformarem em ações concretas em beneficio da Família Naval. Como exemplo de ações bem sucedidas, a diretora nacional da VCB aponta os projetos Ecovila, em Brasília, e o Centro de Atenção Diária (CAD), subordinado à Unidade Integrada de Saúde Mental (UISM), no Rio de Janeiro. No projeto Ecovila, implementado na Vila Naval Almirante Visconde de Inhaúma (VNAVI), em Brasília, as voluntárias buscam conscientizar os moradores a adotar, em seu cotidiano, uma alimentação saudável e a prática da coleta seletiva de resíduos nas residências. O projeto, criado em junho de 2010, também dá capacitação em diversas áreas, com vistas ao mercado de trabalho. Atualmente, o Ecovila inclui cursos de cabeleireira, manicure e pedicure, que são ministrados pelo SENAC e pelo SEBRAE. Em Manaus, ela ressaltou o projeto de musicalização que inicia crianças e adolescentes da Família Naval no campo do conhecimento artístico, despertando a criatividade musical. O projeto é apoiado pelo Batalhão de Operações Ribeirinhas e recebe incentivo dos empresários da região e das voluntárias na compra do material necessário. Recentemente foram adquiridos novos instrumentos e os jovens músicos, agora, aprendem a tocar, também, bombardino, trompete, trombone, violino, guitarra e contrabaixo elétrico. Já no Rio de Janeiro, em dezembro de 2010, as Voluntárias Cisne Branco apoiaram a ampliação das instalações do CAD, visando promover a inserção social das pessoas acometidas por transtornos mentais. Hoje, com as novas instalações, são oferecidas diversas atividades terapêuticas, como oficinas de culinária, expressão corporal, capoeira, informática, leitura, marcenaria, musicoterapia, cantina terapêutica, salão de beleza e serigrafia. “Temos muito orgulho dessa obra, que viabiliza o desenvolvimento das potencialidades dos pacientes, contribuindo para a geração de renda”, afirma com satisfação.

Para Sheila, o trabalho voluntário, além de viabilizar projetos sociais, é uma maneira de integrar as esposas dos oficiais em prol de uma causa comum. “Com as constantes mudanças, as esposas acabam se sentindo isoladas, fechadas em um pequeno mundo, mas, com o voluntariado, passam a se sentir integradas tanto à Marinha quanto à comunidade na qual estão inseridas”, avalia. A atuação das voluntárias é peculiar em cada seccional. Em Manaus, por exemplo, elas dão atenção especial aos ribeirinhos, a despeito das atividades serem restritas aos civis e militares da Marinha. Nos clubes navais, elas montam bibliotecas, com jogos didáticos e leitura de histórias. Em São Pedro da Aldeia, há um grupo que desenvolve um trabalho de artesanato cujo sucesso foi tanto que a prefeitura doou um espaço para a exposição e venda dos produtos. As parcerias com o SENAC, SENAI e FAETEC proporcionam a realização de diversos cursos como turismo, idiomas e informática. “Hoje temos nossos próprios recursos e dispomos de autonomia para distribui-los da maneira que acharmos conveniente, sem a intervenção da União, mas com a aprovação e apoio da Marinha do Brasil”, reforça.

Segundo Sheila, o trabalho tem crescido com o aumento do número de colaboradoras. “Atualmente, somos cerca de 300 voluntárias espalhadas pelas seccionais do Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, São Pedro da Aldeia, Ladário, Salvador, Natal, Manaus, Belém e Rio Grande. Nossas expectativas foram ultrapassadas não só pela ampliação no número de voluntárias, mas também por poder contar com a participação da sociedade, da SOAMAR (Sociedade de Amigos da Marinha) e de empresas parceiras”, constata. Hoje, elas usam a criatividade para arrecadar fundos para pôr em prática ações sociais, ajudas humanitárias, atividades voltadas para a melhoria da qualidade de vida, projetos visando o aumento da renda familiar e iniciativas voltadas para o incremento cultural. Para as interessadas em se tornar voluntárias, Sheila explica que existem duas maneiras: “Elas podem participar atuando no desenvolvimento dos projetos, ou através de doação. Para se engajar no voluntariado, devem procurar as Diretoras Seccionais do Departamento VCB das suas respectivas áreas”, conclui.

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Sabor Mineiro

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75 respostas a “Voluntárias Cisne Branco”

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