Violência

Amanda Berry, Gina DeJesus e Michelle Knight são três norte-americanas que têm uma triste história em comum: foram sequestradas e mantidas em cativeiro por dez anos em Cleveland, no Estado do Ohio. Um dos homens que foram acusados pelos crimes, Ariel Castro, se declarou um “predador sexual” em um bilhete encontrado pela polícia. O texto dizia: “Elas estavam aqui contra a vontade delas porque cometeram o erro de entrar num carro com um total estranho”.

O caso ficou conhecido pela imprensa mundial após Amanda Berry gritar e chutar a porta, em uma atitude de desespero, e ser ouvida por um grupo de pessoas que estavam reunidos em uma casa vizinha. Até então, a população dos Estados Unidos acreditava que as três mulheres estavam mortas. Ariel levava uma vida normal, sem levantar suspeitas sobre o sequestro. “Nós víamos ele todos os dias. Nós comíamos costelas e ouvíamos salsa juntos”, contou Charles Ramsey, responsável pela ligação que salvou as sequestradas. Vítima de abuso, Amanda Berry teve uma filha com o sequestrador. Atualmente, a menina tem seis anos.

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Em um vídeo divulgado no mês de julho, Amanda Berry, Gina DeJesus e Michelle Knight falaram pela primeira vez sobre o que aconteceu durante o período em que foram mantidas em cativeiro. Kathy Joseph, advogada de Michelle Knight, disse em comunicado que as três mulheres queriam “agradecer as pessoas de Cleveland e de todo mundo, agora que já se passaram dois meses”. Joseph afirmou que as três estão sendo reconhecidas em público, e então decidiram falar sobre os crimes que chocaram a sociedade norte-americana. Sem cicatrizes aparentes, elas disseram que o apoio e orações das famílias, amigos e do público está permitindo que elas reconstruam suas vidas após o que Berry classificou como “provação”.

No vídeo, Michelle Knight afirmou que está construindo uma “nova vida”. “Talvez eu tenha passado por um inferno, mas sou forte o bastante para passar por esse inferno com um sorriso no meu rosto e minha cabeça erguida. Não vou deixar a situação definir quem eu sou. Eu vou definir a situação. Eu não quero ser consumida pelo ódio”, disse. Felix e Nancy, pais de Gina DeJesus, agradeceram ao público pelas doações para um fundo criado para ajudar o trio de mulheres sequestradas. Nancy encorajou as pessoas que passam por situação parecida a procurar ajuda: “conte com seus vizinhos. Não tenha medo de pedir por ajuda, porque ajuda é possível”.