Cultura

Rosiska Darcy de Oliveira, advogada por graduação, jornalista por escolha, escritora por profissão e feminista por ideologia, é a quinta mulher  a integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL).

Carioca, advogada, que trocou o diploma pela carreira de escritora e jornalista, Rosiska integrou o movimento de intelectuais nos anos 60. Ligada ao feminismo brasileiro e ao movimento internacional de mulheres, morou 15 anos na Suíça durante os anos de chumbo no Brasil. Em Genebra, estudou com o educador Jean Piaget, um dos mais importantes psicólogos do século 20, fez doutorado, trabalhou como professora universitária e publicou dois livros: Le Féminin Ambigu e La Culture dos Fémmes.

Retornou ao Brasil empenhada em difundir a necessidade de se discutir as relações de gênero para além do ambiente doméstico e fundou o Instituto de Ação Cultural (IDAC) onde é diretora e no governo federal, presidiu o conselho Nacional dos Direitos da Mulher e representou o Brasil na Comissão Internacional de Mulheres da OEA.

Além das obras publicadas na Europa é autora de Elogio da Diferença, lançado no Brasil e nos Estados Unidos, Rosiska acredita na reformulação da mulher na sociedade, cujo foco passa a ser não mais a luta pela igualdade com os homens, mas sim a luta pela igualdade de direitos civis.

Hoje, para a mais nova integrante da Academia, o grande desafio é revelar a sociedade o óbvio. “Existem dois sexos no mundo”. Rosiska acredita que a mulher deve apostar nas suas próprias características e tirar proveito delas. “Há uma expectativa de que as mulheres possam trazer algo de bom, algo de novo, num mundo no qual não se espera delas masculinidade, nem deles uma feminilidade. Mas sim, uma humanidade enriquecida pelas características de ambos, respeitando as diferenças”, conclui.